sexta-feira, 6 de julho de 2012

Sapé: Aspectos históricos


Originalmente o local era habitado por índios Potiguaras. É do início do século XVII o desbravamento da região com a chegada dos primeiros habitantes, que chegaram com a intenção de desbravar as matas ali existentes e implantar atividades agrícolas e rurais como a cana de açúcar, abacaxi e a criação de gado. Surgiam os primeiros engenhos, entre eles o Engenho Lagoa Cercada e o Engenho Buraco, que passou a ser chamado de Conceição, e em cujas terras encontra-se a sede do município.

No entanto a origem do povoado não está ligado diretamente a questão rural, sua origem coincide com o avanço dos trilhos da Estrada de Ferro Great-Western, que em 7 de setembro de 1883 inaugurou uma estação ferroviária na localidade. Após esse empreendimento, surgiram outras construções provocando a formação do povoado com habitantes que procediam de localidades vizinhas, como Pedras do Fogo, Guarabira, Mamanguape e Pilar e Pernambuco.



Assim como muitas cidades do Nordeste, Sapé surgiu a partir da chegada da Estação da Estrada de ferro Great-Western e a passagem do trem em 1883.

No ano seguinte ao da inauguração da estação ferroviária, com o tráfego aberto, e em face do grande volume de capim-sapé próximo da estação ferroviária, o local ficou sendo chamado Parada do Sapé, que tem origem no tupi “ÇAPÉ”, que quer dizer “o que da claridade, o que ilumina”.Originou-se daí o nome da cidade e do município: Sapé.

Citam-se, como principais fundadores de Sapé, o português Manuel Antônio Fernandes, que exerceu os cargos de Delegado e Juiz de Paz, e Simplício Coelho responsável pela construção da primeira capela. Outro que se destacou na fundação do município foi Urbano Guedes Galdino.

Segundo a Lei Estadual nº 40 de 7 de março de 1896, foram criados o distrito e o município com a denominação de Espírito Santo.

Na Divisão Administrativa de 1911, Espírito Santo passou a ser constituído como sede e Sapé, Sobrado e São Miguel de Taipu como distritos.

Em 1º de dezembro de 1925, por determinação da Lei Estadual nº 627, a Sede Municipal foi transferida de Espírito Santo para a povoação de Sapé, elevando esta à categoria de sede pela mesma lei.

Vista aérea da cidade de Sapé

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Sapé: Aspectos geográficos


O município de Sapé esta localizado na Microrregião Sapé e na Mesorregião Mata Paraibana entre os paralelos de 7° 05’ 42” Sul e o meridiano de 35° 13’ 58” Oeste do Estado da Paraíba e possui uma área é de 316 km² representando 0,5605% do Estado, 0,0204% da Região e 0,0037% de todo o território brasileiro.

Sapé, está inserido na unidade Geoambiental dos Tabuleiros Costeiros e tem aproximadamente 123 metros de altitude.



Os solos são profundos e de baixa fertilidade natural. Os solos que compõem essa unidade geoambiental são: Latossolos, Podzólicos, Gleissolos e Solos Aluviais nas áreas de várzeas.


Latossolo, Gleissolo e Podzólico

Predomina a vegetação do tipo Floresta Subperenifólia, com partes de Floresta Subcaducifólia e Cerrado/ Floresta.


Cerrado/Floresta

Floresta subperenifólia

O clima é As' (Tropical Chuvoso) com verão seco, e o período das chuvas é de outono/inverno. A precipitação média é de 1.634.2 mm anuais.


Possui uma população de 50.151 habitantes sendo o décimo mais populoso do estado e o mais populoso de sua microrregião e uma densidade demográfica de 158,54 h/km2.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Geografia


A geografia é uma ciência que tem por objetivo o estudo da superfície terrestre e a distribuição espacial de fenômenos significativos na paisagem. Também estuda a relação recíproca entre o homem e o meio ambiente (Geografia Humana). Para alguns a Geografia também pode ser uma prática humana de conhecer o espaço onde se vive, para compreender e planejar onde se vive. Um dos temas centrais da geografia é a relação homem-natureza. A natureza é entendida aqui como as forças que geraram ou contribuem para moldar o espaço geográfico, isto é, a dinâmica e interações que existem entre a atmosfera, litosfera, hidrosfera e biosfera. O homem é entendido como um organismo capaz de modificar consideravelmente as forças da natureza através da tecnologia.

O profissional que estuda a geografia é chamado de geógrafo. 


segunda-feira, 12 de março de 2012

Das coisas sem serventia uma delas é a geografia


A geografia é um desses negócios chatos que inventaram para ser a palmatória intelectual das crianças. Não dá prazer nenhum brincar de ser recipiente de nomes difíceis e ainda ter que repetir tudo certinho na hora das provas.

A tortura geográfica, comum na maioria das escolas, é um exercício constante de ver um mundo de coisas, decorar o máximo e não aprender nada. São aquelas palavras cheias de nós consonantais que, vez por outra, o sujeito tem que repetir lá na frente, correndo o risco de se engasgar com uma montanha e ser motivo de deboche a semana inteira.

A utilidade que a criança vê em o aquecedor do Lada, apropriado para derreter neve, no Nordeste brasileiro. No fundo, é uma violência desmedida da sociedade inteira contra a meninada que queria mesmo era brincar e fazer coisas divertidas.

Ao invés de sentar para ouvir assuntos estranhos à sua vida, talvez a criança preferisse conversar sobre sua casa com aqueles terríveis conflitos de espaço, ou sobre o bairro com suas ruas plenas de lembranças, ou da cidade com os seus atrativos e desafios.

A infância para passear é uma reivindicação permanente, um outdoor estampado na testa de milhares de meninos e meninas. Botar os pés no chão e sair por aí conhecendo os lugares: andando, olhando com admiração e medo a loucura das construções adultas, sentindo o cheiro das árvores e da fumaça das fábricas, tateando vitrinas como muros impenetráveis, ouvindo o rugir dos sapatos apressados nas horas de pique das praças centrais.

Todavia, como diz Rubem Alves, a infância é uma coisa inútil, assim como tudo mais nesta sociedade da produção e do consumo, onde a criança só vale enquanto promessa de boa fortuna.

A Geografia que se aprende na escola, aparentemente inútil, tem uma utilidade ímpar porque produz uma enorme massa informe de alienados. As pessoas não sabem que o espaço em que vivem tem um sentido que não aparece, porque detrás dos objetos sem história há histórias que desconhecemos. É que estávamos pensando no Himalaia enquanto o serviço de transporte coletivos em João Pessoa foi pensado para enriquecer os empresários e servir mal a população sem rodas.

Em uma “cidade boa para viver”, talvez não seja de bom tom usar da Geografia para perceber favelas pipocando aos quatro cantos, ou para demonstrar que é possível de um mesmo ponto na verde “Paris brasileira” – o Bar da Pólvora – admirar o pôr-do-sol e ver o lixão do Roger, ou para entender a origem dos “pegas” desiguais na Epitácio Pessoa entre carros importados e carroças puxadas a burro. O mesmo espaço comporta jegues e jatos.

As pessoas podem até não acreditar, mas a ciência geográfica tem uma utilidade que poucos conseguem ver, pois um dos papéis que cumpre é justamente o de cegar a sociedade, desde a infância, de uma leitura da produção social desde espaço cheio de contradições.

Por outro lado, como em tudo mais, o fazer cientifico só serve quando feito por prazer, coisa esquecida nestes tempos cabeludos em que viver para a felicidade é quase um crime, parafraseando Brech. A Geografia, assim como a criança, é um perigo para os homens sérios que fazem do lucro seu sentido existencial, porque no meio da brincadeira ela pode deixar muitos reais completamente nus.


FERNANDES, Manoel. Aula de geografia e algumas crônicas. Campina Grande: Bagagem, 2003 p 63-66